Familia Staszewski

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Boyd, Conceicao e Zachary

terça-feira, 22 de julho de 2008

Mídia: a percepção da violência

Vi este artigo e achei interessante

POR EDUCACIONAL – A INTERNET NA EDUCAÇÃO
FONTE: http://www.educacional.com.br/reportagens/cultura_paz/midia.asp
A TV, os jornais e até os videogames participam ativamente na manutenção da cultura de ódio, que pode provocar tragédias como a da escola Columbine. A simples mudança no enfoque sensacionalista dos meios de comunicação pode ser um remédio que leve à paz.
Entretenimento medido pela oscilação do Ibope. Basta ligar a televisão para ver que a transgressão e a baixaria passaram a ser a diversão mais rotineira. Mas não só dos brasileiros, como se pode pensar. Uma pesquisa realizada nos EUA logo após o massacre de Columbine descobriu que estúdios cinematográficos, companhias fonográficas e produtoras de videogame estão promovendo, com campanhas agressivas, produtos violentos para crianças mesmo que esse material seja rotulado como inadequado para jovens.
Um ano após o massacre, um estudo realizado na Middlesex University, Inglaterra, revelou que videogames violentos estão estreitamente ligados à agressividade em adolescentes. Essa pesquisa mostra ainda que as máquinas estão progressivamente substituindo a amizade.
“Existem dois discursos extremistas em relação à mídia: um diz que ela é apenas um reflexo da sociedade que, sendo violenta, faz com que ela também seja. O outro afirma que a culpa da violência entre os jovens é dela. Acho que os dois são equivocados”, diz o presidente do INPAZ, Feizi Milani. “Mas, mesmo assim, acredito que os meios de comunicação contribuem para perpetuar a violência, de diversas formas”, completa.
Para Milani, os filmes e a televisão contribuem e fortalecem a cultura de violência que existe na sociedade. Embora a mídia não possa ser considerada “a culpada”, ela é, com certeza, co-responsável por essa cultura. “Ela poderia ter um papel construtivo e positivo, muito diferente do que desempenha agora. Hoje, é movida apenas por dinheiro e lucro e carece de princípios éticos para selecionar o que mostrar”, opina.
O que se lê e o que se faz
Para o coordenador do Instituto Sou da Paz, Denis Mizne, os meios de comunicação têm um papel importante na manutenção da cultura de violência, principalmente porque induzem a população e os políticos ao erro. “O tema não é tratado com a racionalidade que deveria. Não se discute com base em estatísticas e casos concretos. Considerando-se casos isolados aos quais os jornais dão muita exposição, tenta-se mudar a legislação e forçar ações do governo”, afirma.
Para explicar seu ponto de vista, Denis cita um estudo feito pelo Inalud (instituto da ONU que estuda a violência), chamado “Crime e TV”, que mostra a influência dos meios de comunicação na criação de um clima de violência. “No caso das chacinas, constatou-se que elas correspondiam a menos de 1% dos homicídios, mas ocupavam entre 15 a 20% das matérias nos jornais. Isso direciona a atuação policial, da justiça e a opinião pública para um problema que, por mais importância que tenha, não representa o todo”. Denis acredita que, com isso, deixa-se de combater crimes que possam ter mais incidência, mas menos destaque nas manchetes. “Além disso, tudo isso contribui para a sensação de insegurança que, às vezes, é muito maior do que o próprio problema”, diz.
O presidente do INPAZ diz que a mídia, independentemente de ser sensacionalista ou não, apresenta uma característica perigosa, que é o destaque. “O espaço dedicado a crimes cometidos por adolescentes, por exemplo, é muito maior que o dado quando o adolescente é vítima de violência. Com isso, as pessoas acreditam que a criminalidade é culpa da juventude”, explica.
Para Feizi, os meios de comunicação ajudariam muito à cultura de paz se mudassem o foco de suas atrações. “Por que, apesar de haver tantos atos de bondade, humanidade e cooperação no mundo, a mídia direciona a abordagem para o lado negativo? Isso não corresponde à realidade. Ela tende a destacar excessivamente as coisas violentas”, conta.
- Um relatório da Associação Norte-Americana de Psicologia, de 1993, afirma que ao final do curso primário, uma criança que foi exposta à TV durante três horas por dia terá visto cerca de 8.000 assassinatos e 100.000 atos violentos. Aos 18 anos, o jovem aficionado por videogames terá liquidado cerca de 40.000 adversários. Fonte: Sociedade, Mídia e Violência (Muniz Sodré, Ed. Sulina, 2002).
Na televisão brasileira, a violência contra o outro é destaque de 912 horas gravadas de programação nos sete principais canais. Em uma semana foram registrados quase 1.500 crimes, tendo a emissora com a média mais alta atingido 32 crimes/hora.
Fonte: Sobrevivendo no inferno – a violência juvenil na contemporaneidade (Carmen Silveira de Oliveira, Ed. Sulina, 2001).

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